sábado, 20 de dezembro de 2008

O Desejo

Horácio acabara de acordar, sempre sorridente mas nem sempre contente. Os pássars cantavam alegremente, o sol espreitava por entre as núvens, inocente. Horácio preparava-se para mais uma das suas viajens de barco, aqueles passeios que o deixavam sempre com um brilho cintilante nos olhos. Contudo, Horácio não parecia totalmente feliz. O seu passado marcou-o para todo o sempre. Os seus pecados ocupavam um enorme espaço na sua vida. Apesar de farta, eu tentava que ele fosse castigado, atribuindo-lhe uma consciência pesada.
Horácio fechava os olhos, mas nunca conseguia deixar de pensar na alma inocente que tivera aniquilado. Um acto sem maldade que acabou por o castigar ao longo da sua vida.
Por vezes, eu sentia-me farta de o massacrar com o meu enorme peso, mas ao mesmo tempo, sabia que ele não merecia tal situação.
O sol tinha perdido a inocência e começou a brilhar, o barulho do mar fez com que Horácio adormecesse, e eu, també embalada com o som, acabei por fechar os olhos. Subitamente, ouviu uma ensurdecedora voz grave.
Horácio, nervoso, tentou perceber de onde vinha tal voz. Descobriu que tal voz vinha de uma lamparina, e esta concedeu-lhe um desejo.
Eu sentia-me assustada, sabia que algo não estava bem e que poderia vir a sair da vida de Horécio. No fundo sabia que ele já nõ merecia mais o meu peso, mas ao longo do tempo em que o acompanhei eu tinha-me afeiçoado a ele.
Horácio, pensava silenciosamente no desejo que ia pedir, e eu ansiava a sua escolha. Por fim, Horácio decidiu-se.
Quando dei por mim, já não estava com Horácio, sentia-me triste, sem rumo, mas eu sabia já há muito que este dia tinha que chegar. Fiquei à espera de atormentar outra alma, culpada ou inocente, até que tudo voltasse a acontecer.

1 comentário:

Cesar Galocha disse...

Revela nunca mais ter lido o seu texto pois, assim, teria corrigido os demasiados erros de ortografia e pontuação negligente...